domingo, 28 de junho de 2009

UMA VARIAÇÃO DO AMOR


Em uma cidade qualquer, dois rapazes namoravam, mesmo sabendo que aquilo era ''errado'' para a sociedade, eles não deixavam de demonstrar o melhor sentimento que existe, o AMOR.

Os dois sempre prometiam ficar juntos. E começaremos em um desses dias.

Os dois garotos, um moreno e o outro branco, estavam caminhando em um imenso parque.
Um lugar lindo para se andar com qualquer um, imagine com quem se ama.
Quando se viram só, se beijaram, o moreno disse ao branco: - Eu te amo, nunca vou te deixar, quero viver com você o resto de minha vida e ninguém dessa sociedade mediocre vai separar a gente.

Então o tempo se passou e eles sempre assim, namorando as escondidas com medo da sociedade.
Um dia saindo do colégio, vão os dois, em direção ao parque.
Maicol, um de seus não simpatizantes, os segue, para saber o que eles sempre fazem quando vão ao parque. *Como ele sabe que vão ao parque não se sabe, mas ele sempre soube*

Os dois, vão ao final do parque onde geralmente não há ninguém, mas nesse dia há Maicol, escondido entre os arbustos, procurando algo para acabar com a vida de um deles por causa de ódio sem motivo. Maicol não consegue escutar o que dizem, somente os vê.

Então, os dois garotos se olham e o mais negro diz: Terei que ir embora para outro país.
O mais claro diz: Porque? Você disse que sempre ia estar comigo, que ninguém ia separar a gente... Esquece, percebi que ninguém separa a gente, mas uma viagem separa.

O moreno diz: Eu te amo, mas minha mãe está doente, e eu não posso fazer nada, ela precisa ir, e eu não tenho como ficar.

O branco com os olhos cheios de lágrima diz: Você vai voltar? Voltar pra mim? Você vai ficar sempre comigo?

O negro diz: Claro que vou, sempre estaremos juntos.

Então se abraçaram e nesse momento Maicol os achou parecido com algum simbolo que já viu alguma vez.

Os dois se olharam, e se beijaram.
Maicol sorriu, com um olhar maligno em seu rosto. Saiu escondido para que ninguém percebesse.

No outro dia na escola todos se afastavam dos dois amantes, como se eles fossem algo nojento.
No final da aula, ao sairem da escola, mais precisamente, quase em frente ao parque de sempre, foram espancados pelos colegas de turma, que até o dia anterior eram seus amigos, mas não conseguiram compreender algo como o AMOR em uma de suas várias formas.

Os dois não entenderam de primeira, mas após a dor diminuir um pouco, já haviam percebido o motivo, só não sabia como descobriram.

O moreno olhou no fundo dos olhos do outro e disse: Eu vou embora amanhã de manhã, minha mãe ja acertou tudo com a escola. Aqui está um envelope com meu endereço, mande-me cartas para dizer como está.

O branco quase em pranto disse: Obrigado pelo endereço, por favor se cuida, eu te AMO.

Nesse momento o moreno levantou e foi embora, deixando somente o branco, sangrando e chorando. A dor que o branco sentia dos golpes ia acabar, mas a que sentia no peito pelo golpe que o seu namorado fez, jamais iria terminar.

No outro dia, o branco estava sozinho na aula, tudo como de costume, mas sua alma gêmea não estava lá, estava só. Ninguém mais queria sua amizade. Só uma garotinha de aparelhos que pelo que parecia nem sabia o que estava acontecendo.


6 meses se passam.

O moreno está parado em frente a um poste, olhando as horas em seu relógio de pulso.
Após alguns minutos, uma garota chega, muito linda e de pele clara.
Os dois saem de mão dadas, e após alguns passos se beijam, um beijo forte e quente.

O branco está na mesma cidade de sempre, em casa, sozinho, olhando para cima deitado em sua cama e pensa: Tudo muda, tudo passa, tudo se esquece...
Sorri. Sai de casa, vai para uma boate gay, onde fica com quatro garotos em uma só noite.
Ao sair, os colegas de sua turma o pegam em uma rua vazia, o espancam até a morte.
Ao cair morto, sua calça se rasga, e dela sai uma foto. Uma foto do branco com o moreno, abraçados, o branco com um sorriso inigualável e os olhos com uma alegria sem fim.

O moreno chega em casa depois de sair com sua nova namorada. Olha a caixa de correios e vê uma carta do seu ex-namorado branco.
Abre a carta, e lê:
Oi. desculpa mais uma vez a minha carta não ser do formato padrão, mas você sabe, nunca aprendi isso na aula. O que importa para mim não é o formato da carta e sim o que há escrito. Queria muito saber como você está. Minha vida está ótima, já te esqueci, só não sei porque não paro de lembrar disso. Ai Shiteiru.
P.S: Ai Shiteiru significa: até algum dia. Palavra japonesa que aprendi com uma garota da sala, não precisa olhar o que ela significa.
P.S2: Por favor, não perca tempo olhando o que significa Ai Shiteiru.
P.S3: Essa será a ultima que mandarei mesmo, desculpa ter mentido nas ultimas 3.

O moreno rasga a carta, pega no bolso e diz: Droga, perdi minha carteira.

A nova namorada do moreno chega em casa, abre a carteira do moreno que havia pego escondida e pensa: Agora vou saber quem é esse menino que você tanto troca meu nome.

Quando abre a carteira, encontra vários pedaços de papel picado, parecia ter várias palavras escritas. Em meio ao pedaços, um rosto em foto. O rosto do menino branco. Aquele que não existia mais. Que morreu com uma dor tremende e um amor enorme.

Um Amor que o mundo impediu que ocorresse.

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