terça-feira, 15 de setembro de 2009

A DOR DE LACRIMEJAR


Sábado, 20 horas. Entre um pensamento e outro me perguntava se iria ou não àquela festa com Felipe e Anderson. Algo me dizia que sim, afinal era aniversario de Gustavo, um grande amigo nosso desde a infância. Ah, que belas lembranças daquela época! Nunca pensei que uma amizade pudesse durar tanto tempo assim, apesar de sempre prometermos, um ao outro, eterna amizade.

Lu não queria ir comigo à festa por não gostar de Ricardo, irmão de Gustavo, e, por isso, ela estava meio triste, pois sabia que pelo fato de Gustavo (o Guga) ser meu melhor amigo, provavelmente eu iria ao seu aniversário, mesmo sem ela.

A festa começara às 19 horas e, logo, atrasado estava. Ainda me vestia quando uma coisa ruim me cercou. Calafrios, más sensações, agonias. Passei cerca de cinco/dez minutos deitado na cama vendo o ventilador do teto girar. E com ele meus pensamentos giravam em torno de uma questão: Será que isso é um aviso para eu não ir à festa? Acabei adormecendo. Sonhava. E no sonho dançava com Luana uma valsa. Parecia uma princesa em um vestido cor de creme. Aquele creme amarelinho, da cor de sorvete de creme com passas, que, aliás, é o nosso favorito. O sonho seguia, mas o estranho é que eu chorava. E sem saber o motivo. Durante a dança, eu me perguntava por qual motivo lacrimejava, tentei então acreditar que era de alegria e continuei a dançar.

A música para. De repente, ouço um cachorro latir ao longe. E seu latido ficava cada vez mais forte. Era Nina, a cadela de meu vizinho, que vira um gato no muro. Acordado, pela janela via o bichano quando me lembrei de Guga. Não sei o que o animal me fazia lembrar dele. Deve ser algo da infância, talvez pelo fato de termos, quando éramos vizinhos, criado juntos um gatinho que achamos na volta da escola.

Enfim, decidi que iria, sim, para festa e que Luanna teria que entender que aquela sua reação, era egoísmo. Se ela não queria ir, que não fosse, ora. Gustavo ficaria chateado se eu não aparecesse. Decido ir, mas antes ligo para Lu para chamá-la mais uma vez, talvez, nesta última tentativa, eu pudesse convencê-la a me acompanhar. Seu celular chama até a ligação cair. Não ligo novamente, pois, com certeza, quando ela visualizar a chamada não atendida, me retornará como sempre. Termino de me arrumar.

Já eram 21h10min. Estava no banheiro escovando os dentes para sair, quando D. Lucy me liga dizendo – Meu filho, me desculpa por tudo! – Não demorei a perceber que, entre lágrimas, ela queria me dizer algo – Calma, D. Lucy. O que foi que aconteceu? A senhora está bem? Onde a senhora está? – Falei de forma doce tentando acalmá-la e provando que não estava ficando nervoso também ou, pelo menos, tentava não transparecer para ela. – Sabe meu filho, quero que me desculpe por tudo. Sou uma idiota mesmo. Sempre impliquei em você namorar minha filha. Sou uma idiota mesmo. Desculpa do fundo do coração – Entrando no choro, mas tentando me segurar, pensei duas coisas: apesar de ter mexido comigo, achei aquela ligação muito estranha e isso me fez pensar que não era só aquilo que ela queria me falar. Aquela ligação traria mais coisas – Onde a senhora está, Dona Lucy? - No Hospital Central, Humberto. Vou te contar logo! Sabe a Luana, minha filha querida... a nossa Luana querida... ela sofreu um acidente – Essa ultima frase veio como um soco no peito, que me pegou em cheio, e sem conseguir falar, continuei apenas a escutá-la - Ela sofreu um acidente quando ia de táxi, com sua amiga Sheyla para uma festa no... - Nervosíssimo falei sem sequer deixá-la continuar – Acidente? Como? Onde? Que horas? – Extremamente nervosa, entre choro e soluços e com uma voz perceptivelmente triste e melancólica, ela continuava. – Meu filho, eu não sei como te dizer, mas Luana... a nossa Luana, não está mais entre nós.

Aquelas palavras vieram como um punhal que foi cravado em meu peito. A primeira lágrima de muitas começa a cair. E aquele punhal estraçalhava meu peito, que também chorava e seguia arrastando até o estômago em uma dor mais forte que um soco. Lágrimas de sangue. Calado por alguns segundos, lembrei-me de tudo que vivemos até ali: os banhos de chuva; o seu riso belo e sincero; seu olho pequenininho e fixador, que foi o que fez eu me apaixonar por ela. Lembrei dos nossos melhores momentos. Um verdadeiro filme passava na minha frente. Imagens estas que eram refletidas na parede de meu quarto, que parecia está todo triste também. Aquela sensação de perda tomou conta de mim.

Lembro-me agora do dia em que a conheci naquele curso de férias da faculdade. Ela estava na barraquinha de sorvete com um sorvete de creme com passas, quando chego para comprar um sorvete para mim, também de creme com passas. Nunca me esquecerei daquele dia. Ela estava toda – Meu filho! - D. Lucy interrompe meu pensamento e o silêncio que ecoava há segundos – Humberto, me escute. - Senti da parte dela uma grande pausa para respirar como se ela tivesse se preparando para continuar a falar - Luana realmente te amava. Ela estava indo te fazer uma surpresa. Quando ela saiu com Sheyla, ela me disse que vocês haviam discutido e que ela iria para a festa de Gustavo para fazer as pazes contigo lá. Sheyla ia no táxi com ela. As duas levavam dois quadros com uma foto de vocês três com Gustavo para presentear você e ele. – Enquanto ela continuava falando, meus olhos continuavam lacrimejando e transbordando como nunca havia acontecido antes. Minha blusa já estava ensopada de tanta lágrima que eu não sabia de onde vinha – Sheyla, que agora está internada, me falou que antes de Lu... – entre choros cansados, D. Lucy parecia não querer falar, mas continuou, mesmo transparecendo está sem forças e em péssimo estado para continuar – Antes de Lu... morrer, Sheyla disse que ela a pediu para que você a desculpasse. Ela não gostava de Ricardo pelo fato de eles terem sido namorados sete anos atrás e ele a fez sofrer muito. Não era egoísmo ela não querer ir a festa de Gustavo, por isso ela pediu que você a perdoasse. E aqui, diante do pedido de perdão da nossa Lu, também faço o meu.

Dor, sofrimento, tristeza e choro eram o que fazia comunhão entre D. Lucy e eu naquela ligação. Um nó na garganta e um aperto no peito me calavam. Sem reação somente a escutava, entre soluços. – Humberto, mais uma vez peço que me desculpe por tudo, fui uma idiota. Ela realmente te amava. Só realmente tive certeza disso quando cheguei à BR, graças a Sheyla que me ligou logo após o acidente. Foi aí meu filho que percebi que ela realmente te amava e muito. Em seu celular que tocava a música tema de vocês dois, no chão do táxi, vi duas coisas: a primeira era seu lindo, lindo rosto sorrindo e o nome “Meu Amor” piscando na tela do celular... Era você ligando, Humberto, mas não tive coragem de atender. Eu estava sem condição no momento. Então, a música parou de tocar no celular que eu abraçava junto a minha filha desacordada enquanto a ambulância não chegava.

A segunda coisa que vi, foi uma mensagem pronta para ser enviada dizendo o seguinte: “Não te atendi, Beto, porque queria te fazer uma surpresa. Desculpa meu egoísmo. Te amo e para sempre te am”. O celular estava arranhado. Sheyla me disse que Lu digitou isso depois que ela me ligou. Lu não conseguia falar, por isso pediu que Sheyla me telefonasse. Ela ia apenas te enviar uma mensagem. Ainda digitando, Luanna soltou o celular já sem forças e, fora do carro, deitada no asfalto, dentro de um coração não acabado escreveu com sangue... Lu e Beto.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

INSÔNIA...


Debatido e deitado, sem sono estava. Parecia uma massa de modelar na mão de uma criança, girando para lá e para cá sobre a cama, como pendulo daqueles relógios antigos. Uma impaciência tomava cada vez mais conta de mim, decido então levantar-me e seguir em direção a uma jarra que estava na escrivaninha ali perto da janela, bebo um pouco d’água na esperança de acalmar a agitação que em mim estava. E o pior: não sei por quê. Talvez até saiba, talvez não queira seja assumir que é por causa dela que estou assim: perdendo noites de sono. Uma semana e meia já se fora e eu aqui pateta, esperançoso a espera de uma ligação que não chega a mim. Será que a companhia telefônica bloqueou meu telefone, talvez tenha tentado ligar para mim e não tenha conseguido. Ah, quem quero enganar? Hoje mesmo recebi uma ligação de um tal de Paulo atrás de uma tal de Raquel. Idiota! Só para, momentaneamente, me alegrar. É muita burrice uma pessoa discar um número errado. Ainda mais de madrugada pra piorar. Imbecíl!
Sentado na mesinha, agora estava eu, depois de ouvir o sinal de linha do telefone que estava normal, olhando para a lua minguante, lembrando-me dela. Da nossa primeira noite juntos. Era noite de lua minguante e olhe que coincidência também era dia 23 e também uma terça. Lembro de cada detalhe de seu sorriso, sua boca, seu olhar, seu corpo, suas mãos, sua pele... Decido caminhar pelo quarto, o relógio já marcava três e meia da manhã quando de repente o chão começa a tremer. Amedrontado me afasto de todos os móveis do quarto. Será um terremoto? O chão afunda e vai caindo e com ele eu também, mas sua velocidade é maior que a gravidade que me puxa para baixo, o chão descendo e eu acompanhando, mas vejo cada vez ele mais longe de mim, ai que medo, já imagino a qualquer momento ele parar de cair e eu cair sobre ele como uma melancia que cai duma mesa e se espalha por toda parte em vários pedaços. O coração palpita mais forte, aumenta a ânsia de aquilo passar logo, ter um fim. Rezo a Deus para eu morrer logo do coração para não me ver cair e nem sentir a imensa dor que sentirei, ah. Ao meu redor só escuridão e poeira. Tudo isso é culpa dela! Tudo isso é culpa dela! Não consigo ver, mas sinto que o chão e o fim estão próximos, palpitação, calafrios, arrepio, gritos... Ahhh. O que é aquilo? Uma luz? Está esquentando. É o fim. É fogo. Amandaaaaaaaaaaaaaa. Acordo todo molhado de suor. No relógio ainda são 10 horas e vinte e cinco minutos desta noite de segunda feira, dia 22. Ave, mais uma noite. Sem ela.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A PRIORIDADE DEVE SER A PREVENÇÃO


Em um exercício pedido por um dos professores do TJA, foram apresentadas várias peças curtas (esquetes). A personagem de uma amiga minha, em uma dessas apresentações era a "mulher do diabo", mas que no lugar de um par de chifres estava com uma cabeça de vaca (foto). Durante a apresentação foi perguntado à ela, propositalmente, por outra personagem o significava aquela cabeça de vaca e ela disse : ”É que o figurino do Theatro que tá pobre”. Isso foi motivo de risada no momento, mas por trás nos fazia refletir que isso, realmente, é verdade. Essas pequenas coisas também merecem atenção, pois quando não se dá, fica facilmente perceptivel a olho nú que há descaso de alguns...
Espelhos oxidados, barras de ferros da sala de dança enferrujando-se, pisos de madeira sendo danificados, condicionadores de ar quebrados, lâmpadas queimadas, pinturas desprendendo-se de algumas paredes, enfim, aqui acolá mais algumas pequenas coisas que são notadas com facilidade, sem serem procuradas por quem quer que adentre no TJA. Isso é um descaso da Secretaria da Cultura junto ao Governo Estadual, pois ambos deveriam e devem investir mais em Educação, Arte e Cultura do que dá prioridade, imediatas, a segurança, que resolvem em parte agora, mas não para toda a vida. Gastos milhões em carros para estarem sendo, em alguns casos, servindo de enfeites para passeios e mostrando rigorosidade na televisão, coisa que é nela bem mais exagerada do que na realidade.
Enfim, esse trio (Arte, Educação e Cultura) faz com que nossas crianças não tenham tempo ocioso e fiquem nas ruas aprendendo coisas erradas, assim evitando que elas tornem-se os futuros “bandidos” de amanhã, pois como diz aquele conhecido ditado popular: é muito melhor prevenir do que remediar. E atualmente o Governo está só remediando.
crédito da foto:VELMA ZEHD

AH, ISSO É UM TEATRO!


Uma senhora passa em frente ao Theatro José de Alencar e faz o sinal da cruz, continuando seu caminho. Essa cena já foi vista algumas vezes por mim Chega a ser engraçado! Outro dia na aula lá, conversado com o professor sobre isso (a falta de informação das pessoas para com o TJA) e contei esse fato, outro aluno da turma disse que certa vez, também, uma senhora o parou nas mesmas condições onde eu estava: em frente ao teatro, e o perguntou para onde ia o trem daquela estação.
Assim como essas senhoras, aqui em Fortaleza existem muitas pessoas que não sabem que o TJA é um teatro. Eu, pelo menos, antes de fazer o Curso Princípios Básicos de Teatro lá até sabia que lá era um teatro, só que pensava que para entrar tinha que pagar e que fosse um pouco caro. Igualmente a mim, muitos não tinham, e alguns ainda não têm o conhecimento de que aproximadamente 80% da programação dele é gratuita.
A maior diversão dos cearenses, dados de pesquisa do IBGE, em termos de entretenimento a arte e cultura é a televisão. Isso deveria ser aproveitado! O Governo do Estado do Ceará sabendo disso deveria divulgar nela programações e fazer convites aos cearenses para conhecerem seu próprio estado e dele usufruir. Pra se ter idéia disso tudo: certa vez uma professora nossa de lá nos disse que nem sequer 1% da população de Fortaleza tem acesso ao TJA. Esse é um fato triste, pois um dos melhores teatros do Ceará é pouco visitado por quem mora aqui no estado e boa parte por falta de conhecimento. Ele é atualmente para mim uma casa e sempre que consigo levo gente nova para conhecê-lo e que depois voltam trazendo mais e mais pessoas. Não sou só eu penso assim, inclusive esse assunto já foi discutido por várias vezes em conversas e também em sala de aula e ainda é muito freqüente. O Governo do Estado deveria se preocupar mais com isso, para que assim houvesse uma maior difusão da Arte e Cultua no Estado
O Theatro José de Alencar é um espaço agradável e de bela estrutura que, como já disse, deve ser mais aproveitado mas não só por alunos, pessoas que já o conhece e por turistas, mas sim também pelo Ceará. Falando em turistas, lembrei de uma vez quando estava e conversando com uma finlandesa na Biblioteca Pública e ela me falou duas coisas que me chamaram a atenção quando a perguntei se já havia visitado TJA. Ela disse-me que na Finlândia tem um teatro muito bom, mas que o TJA é mais bonito e melhor em termos de estrutura e receptividade dos funcionários, mas que não era muito aproveitado, como algumas pessoas me disseram e eu também falei aqui. Ela estava há três meses aqui em Fortaleza trabalhando com seu marido junto a uma Organização não-governamental nas favelas próximas a Praia do Futuro e que lá, a maioria das pessoas nem sabia da existência dele, e as poucas que sabiam nunca haviam nele entrado. Ela disse também que percebeu encantamento nos olhos de algumas crianças e adolescentes de uma comunidade que uma vez foi visitá-lo, com ela e alguns integrantes da ONG, através do programa Visita Guiada que no TJA que ocorre em vários horários todos os dias de seu funcionamento.
A solução para esse “problema”, como já foi dito nesta, seria uma divulgação mais intensa da arte e da cultura cearense por conta do Governo Estadual, e Municipal também, nos meios de comunicação mais populares como a TV e o rádio. Mas não só o TJA, divulgar também outros espaços como Museus, Bibliotecas e Centros Culturais para que nossos patrimônios históricos não sejam apenas prédios sem vida, sem visitas, esquecidos por seus conterrâneos. Só assim, intensificando a Arte e a Cultura no Ceará através da exposição, é que diminuirá os casos de pessoas que passem na frente deles sem saber o que eles são e o que e fazem.

PRECONCEITO É FALTA DE CULTURA?



Tenho um amigo que, sempre que passamos por um homossexual, diz o seguinte: ”Rogério, não sei por que mais não gosto de ver essas viadagens, não vou nem mentir pra ficar preto”. Sempre que escuto isso por parte dele fico “p” da vida, fico triste com isso, pois vejo nele a ignorância de muitos tem, ele esta nessa fala demonstrando dois preconceitos: o racial e o sexual.
Para mim, é inaceitável pensar que as pessoas julguem outras por diferenças, gostos e/ou escolha. Estas , assim como ele não teen a consciência que as diferenças devem ser aceitas , pois essas diferenças não são coisas de outro mundo, como alguns falam usando como preceitos a educação familiar e a religião. Também não são coisas erradas até porque essa questão de certo e errado é relativo. O que pra mim é errado, pode ser visto de maneira apenas diferente ou até normal por João, Maria, Raimundo...
Ao longo da história, o preconceito gerou vários conflitos e situações não satisfatórias, como as guerras por causa de rivalidades de igrejas (preconceito religioso), a escravidão (preconceito racial), etc. Mas pior ainda são as pessoas que são de “um jeito” e criticam outras que também estão do mesmo jeito. Compliquei? Pois, para que entenda se melhor vou exemplificar com duas situações: A primeira é que conheço algumas pessoas que são altamente racistas, não vou citar nomes, mas é inaceitável, ainda mais, por elas serem “negras”. Entendeu? Pessoas negras racistas . Em termos de negritude, hoje em dia, devemos falar politicamente correto (bobagem), substituindo a palavra “negros” por afro descendentes. Essa atitude é uma forma preconceituosa de tratamos “negros”. Acho tudo isso uma besteira ate por que a palavra NEGRO/NEGRA é uma palavra muito bonita, tem todo um carinho por trás (Vem cá minha neguinha!). É falta de consciência usar essa palavra para criticar, como esse meu amigo quando diz: “não vou nem mentir pra ficar preto ‘. Como se fosse um castigo ou uma coisa ruim ter a pele um pouco mais escura ou então falar “viado!” para um homem para ofendê-lo como se isso fosse realmente uma ofensa.O outra situação ocorreu no Theatro José de Alencar quando um colega meu do curso de teatro, que é homossexual, criticou outro colega nosso, que também é homossexual assim como ele, pelo seu jeito “afeminado”. Disse que isso era exagero, que não necessariamente por ser gay tinha que se comportar de forma feminina, indefesa , sensível. Não sei quem foi pior, se foi a pessoa “afro descendente” sendo racista ou o homossexual praticando homofobia.Talvez, um não se sobreponha ao outro , os dois estão errados.
Enfim, devemos aprender a aceitar e conviver com as diferenças, independente de qual seja..mas já desde criança pois a culpa não é só nossa , parte dela é da criação/educação que recebemos, mas temos que desenvolver um senso critico a isso. Ensinar a nossas crianças a não terem preconceitos.
E a resposta ao titulo desta crônica é sim, pois ainda vivemos numa cultura machista, com exceção de algumas pessoas - claro, onde a mulher “deve”ser inferior ao homem, onde as escolhas sexual e religiosa são vistas com um olhar torto e o racismo é ainda praticado.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

FALSO PATROCÍNIO



Quase todas as manifestações artísticas atuais têm patrocinadores. Daí ocorre pensamentos como o de um amigo meu que depois de assistir um espetáculo falou: “... agora eu vou só comprar produtos da empresa tal, pois ela patrocina a Arte e a Cultura.” Não devemos pensar assim, pois todas essas patrocinadoras não decidem apoiar, “emprestar” seu nome para “ajudar” a apresentação/grupo por nada. Elas fazem isso para não pagarem impostos. É isso mesmo, é lei “doar” para não pagar diretamente o imposto, desvia esse dinheiro, às vezes até menos, para “patrocinar” o grupo. É uma forma de isenção do imposto, porém que tem mais lucro para eles, pois o grupo tem de agora, muitas vezes, de forma, excessivamente alegre, dizer, “a empresa tal é nossa patrona”. Mas não enxergam que essa empresa tira lucro ao optar por patrocinar ao invés de pagar imposto, pois por onde quer que vá, o grupo faz assim propaganda. Até chegar o ponto de pessoas, inconscientemente pensarem e falarem coisas “sem sentido”, assim como meu amigo pensou e falou.
Eles usam o patrocínio para não terem que “pagar propaganda”, pois as têm “de graça”. Mas isso não era para ocorrer só porque é lei e sim voluntariamente. Queria ver se não fosse por lei pagar impostos a escolher patrocinar. Como é que seria? E como é que seria se os que decidissem patrocinar fossem “proibidos” de fazer o grupo divulgar sua marca? Será que elas ainda optariam patrocinar?
É claro que não deixa de ser bom ter um patrocínio. É uma boa ajuda para o grupo. Eles estão de certa forma direta ou não, incentivando e promovendo a difusão da arte e da cultura. Mas por haver por trás essa intenção de propagandear, tirar vantagem nessa escolha entre patrocínio ou imposto, é assim esse desvio de dinheiro um falso patrocínio.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

SINTOMAS DO AMOR

Nicole, uma garota de uma cidade desconhecida, vivia somente esperando a chegada de seu futuro amor, um amor que a deixasse completamente desnorteada.

Com 16 anos já vivia sem aquela pressa pelo amor, sabia que viria no momento certo.

Então, em seu primeiro dia de aula do 1° ano, se apaixonou perdidamente pelo seu colega de turma, Josh, um rapaz completamente diferente de todos os outros que já vimos, mas mesmo assim era bonito.
Ela se apaixonou perdidamente somente por ele ter lhe dito: Bom dia.
No outro dia, Nicole levou um bombom para dar ao seu amor.
Que aceitou mas nem a agradeceu.

Nicole ficou bastante triste por pensar que ele não estava gostando dela.
No dia seguinte Nicole nem sequer olhou para ele de tanta tristeza que sentia.
Então, Josh, seu tão amado, veio em direção a ela, e lhe disse: Obrigado pelo bombom de 0ntem, te esperei vir falar comigo para te agradecer, mas como não veio, aqui estou.

Nicole ficou tão feliz que seus olhos brilhantes eram percebidos a distância.

No outro dia na escola Nicole e Josh passaram todo o tempo juntos.
E assim foram se aproximando, até o primeiro beijo roubado.
Então começaram a namorar,tudo ia bem.

Nicole sempre se encontrava com seu amado, mas nunca sentia nada de que a fizesse sentir com outra vida como dizem os apaixonados, então perguntou a mãe como é se sentir apaixonado.
Sua mãe lhe respondeu: É olhar as estrelas pelo simples fato de olhá-las juntos, é pensar nessa pessoa sempre e esperar sua ligação com um frio na barriga, é ter todos os sonhos realizados, é passear em uma praia a noite e sentir o coração a mil e de tão bom, sentir como se tudo o que estivesse acontecendo fosse um sonho. É quando alguém muda seu coração, é quando o coração fala com você, é quando você chora e acha bom sofrer pelo amor, mas esse sofrer não é de dor, é de alegria. Sentir as vezes o coração parar de tanto amor. É se sentir com outra vida.

Nicole diz: Mãe, não sinto isso pelo meu namorado, mas sinto tudo isso com a Jessica... O que isso quer dizer?

Mãe: O quê? Você está enlouquecendo, deixe de história e vá viver, esqueça a Jessica! ESQUEÇA!!

Nicole, meio chateada com o que a mãe disse, vai até uma rua onde sempre encontra Jessica.
Ao chegar lá, fica de frente para Jessica e olhando em seu olho, Nicole lhe dá um beijo.
Jessica assustada corre, e grita para tirarem Nicole de perto dela.

Nicole ficou mais confusa do que estava, por incrível que pareça ela não sabia nada sobre o amor, a unica coisa que sabia é que não estava apaixonada pelo Josh.

Nicole então resolve esperar Jessica na entrada do colégio. Quando Jessica está chegando, Nicole a empurra contra a parede e diz: Não tem nada a me dizer?
Jessica olha-a dentro dos olhos e diz: Eu sempre pensei que você era minha melhor amiga, mas eu tenho nojo de você.

Jessica empurra o braço de Nicole que a prendia contra a parede e vai em direção a sala de aula.

Nicole vai ao banheiro e chora, chora e chora, pensando sempre em que tipo de pessoa seria o seu amor. Sentia-se massacrada pelo o que Jessica lhe fez, e nem sabia ao certo se a amava.

Todos da sala de aula estavam excluindo Nicole, e muito triste resolveu perguntar o porque e muitos disseram: Você é louca. Agora entendi o porque que te trocam tanto de colégio. Doente, louca, vai embora.
Nesse momento procurou Josh, e não o viu, mas Nicole precisava muito de seu abraço, de sua proteção.

Ao acabar a aula, Nicole corre para casa, sem olhar para nada, até que tropeça em uma pedra, e ao olhar para frente, vê Jessica indo embora abraçada com Josh.

Nicole começa a chorar, e ao ir a rua onde sempre encontrava sua melhor amiga, vê que está sozinha, seu amor por Josh foi falso, e por Jessica não entendia se existia. E agora todos a ignoravam e a chamavam de louca.

Nicole chorando e gritando diz: PORQUE? PORQUE MEU DEUS? PORQUE COMIGO?

Nicole corre até uma ponte muito linda onde sempre sonhou estar com seu namorado, olha para baixo, e vê as belas plantas do jardim que se encontram em baixo da ponte.

Sobe na parte lateral da ponte para ter uma visão melhor das plantas, fecha os olhos e suspira muito forte como se tentasse sentir o cheiro das rosas que se encontravam muito em baixo e se joga.

Uma garota loira, de olhos verde, muito bonita está a cair da ponte das flores.
Nicole enquanto cai, pensa em todos os melhores momentos de sua vida.
Não eram muitos, mas em todos estava Jessica, a pessoa que a causava mais dor no momento. Então Nicole abre os olhos e se vê se aproximando cada vez mais do jardim, as rosas cada vez mais perto e lindas.
Nicole que caia de cabeça para baixo, colocou sua mãos como se fosse apanhar alguma rosa, e chegava cada vez mais perto e mais perto e mais perto do jardim.
Até que de repente sua visão era toda verde, mas ainda continuava a cair.
Era uma queda curta, mas para Nicole, parecia em câmera lenta.
Avistou a rosa que mais gostava.
Era uma rosa amarela, e lembrou que Jessica lhe deu uma, dizendo que a amizade delas nunca iria acabar.
Então lembra de uma imagem de uma garota morena dando-lhe uma flor amarela.

Porque tanta maldade comigo? Tudo isso por que fiz uma simples pergunta...Eu odeio o amor. Esses malditos sintomas, eu realmente estou doente, estou infectada pelo amor.

Nicole olha mais uma vez para a flor amarela, então seus olhos se enchem de lágrima, o jardim fica cada vez mais próximo, cada vez mais o amarelo está maior.

A rosa está chegando, diz Nicole, então de repente tudo vira preto.

Jornal do dia seguinte:

......Uma garota chamada Nicole Normal Brock foi encontrada morta. Testemunhas dizem que se jogou da ponte das flores......Ainda não se sabe o que aconteceu ao certo....Colegas de turma se sentem culpados por a terem maltrado....Em textos pessoais da vítima ela sempre falava de uma garota chamada Jéssica, mas quem seria essa garota?....Em um de seus textos fala que Jessica sempre estudou em sua sala....Pesquisas feitas pelos jornalistas, provam que Nicole nunca teve em sua sala uma garota chamada Jessica...Era esquizofrênica...

terça-feira, 30 de junho de 2009

INSÔNIA



Debatido e deitado, sem sono estava. Parecia uma massa de modelar na mão de uma criança, girando para lá e para cá sobre a cama, como pendulo daqueles relógios antigos. Uma impaciência tomava cada vez mais conta de mim, decido então levantar-me e seguir em direção a uma jarra que estava na escrivaninha ali perto da janela, bebo um pouco d’água na esperança de acalmar a agitação que em mim estava. E o pior: não sei por quê. Talvez até saiba, talvez não queira seja assumir que é por causa dela que estou assim: perdendo noites de sono. Uma semana e meia já se fora e eu aqui pateta, esperançoso a espera de uma ligação que não chega a mim. Será que a companhia telefônica bloqueou meu telefone, talvez tenha tentado ligar para mim e não tenha conseguido. Ah, quem quero enganar? Hoje mesmo recebi uma ligação de um tal de Paulo atrás de uma tal de Raquel. Idiota! Só para, momentaneamente, me alegrar. É muita burrice uma pessoa discar um número errado. Ainda mais de madrugada pra piorar. Imbecíl!
Sentado na mesinha, agora estava eu, depois de ouvir o sinal de linha do telefone que estava normal, olhando para a lua minguante, lembrando-me dela. Da nossa primeira noite juntos. Era noite de lua minguante e olhe que coincidência também era dia 23 e também uma terça. Lembro de cada detalhe de seu sorriso, sua boca, seu olhar, seu corpo, suas mãos, sua pele... Decido caminhar pelo quarto, o relógio já marcava três e meia da manhã quando de repente o chão começa a tremer. Amedrontado me afasto de todos os móveis do quarto. Será um terremoto? O chão afunda e vai caindo e com ele eu também, mas sua velocidade é maior que a gravidade que me puxa para baixo, o chão descendo e eu acompanhando, mas vejo cada vez ele mais longe de mim, ai que medo, já imagino a qualquer momento ele parar de cair e eu cair sobre ele como uma melancia que cai duma mesa e se espalha por toda parte em vários pedaços. O coração palpita mais forte, aumenta a ânsia de aquilo passar logo, ter um fim. Rezo a Deus para eu morrer logo do coração para não me ver cair e nem sentir a imensa dor que sentirei, ah. Ao meu redor só escuridão e poeira. Tudo isso é culpa dela! Tudo isso é culpa dela! Não consigo ver, mas sinto que o chão e o fim estão próximos, palpitação, calafrios, arrepio, gritos... Ahhh. O que é aquilo? Uma luz? Está esquentando. É o fim. É fogo. Amandaaaaaaaaaaaaaa. Acordo todo molhado de suor. No relógio ainda são 10 horas e vinte e cinco minutos desta noite de segunda feira, dia 22. Ave, mais uma noite. Sem ela.

domingo, 28 de junho de 2009

UMA VARIAÇÃO DO AMOR


Em uma cidade qualquer, dois rapazes namoravam, mesmo sabendo que aquilo era ''errado'' para a sociedade, eles não deixavam de demonstrar o melhor sentimento que existe, o AMOR.

Os dois sempre prometiam ficar juntos. E começaremos em um desses dias.

Os dois garotos, um moreno e o outro branco, estavam caminhando em um imenso parque.
Um lugar lindo para se andar com qualquer um, imagine com quem se ama.
Quando se viram só, se beijaram, o moreno disse ao branco: - Eu te amo, nunca vou te deixar, quero viver com você o resto de minha vida e ninguém dessa sociedade mediocre vai separar a gente.

Então o tempo se passou e eles sempre assim, namorando as escondidas com medo da sociedade.
Um dia saindo do colégio, vão os dois, em direção ao parque.
Maicol, um de seus não simpatizantes, os segue, para saber o que eles sempre fazem quando vão ao parque. *Como ele sabe que vão ao parque não se sabe, mas ele sempre soube*

Os dois, vão ao final do parque onde geralmente não há ninguém, mas nesse dia há Maicol, escondido entre os arbustos, procurando algo para acabar com a vida de um deles por causa de ódio sem motivo. Maicol não consegue escutar o que dizem, somente os vê.

Então, os dois garotos se olham e o mais negro diz: Terei que ir embora para outro país.
O mais claro diz: Porque? Você disse que sempre ia estar comigo, que ninguém ia separar a gente... Esquece, percebi que ninguém separa a gente, mas uma viagem separa.

O moreno diz: Eu te amo, mas minha mãe está doente, e eu não posso fazer nada, ela precisa ir, e eu não tenho como ficar.

O branco com os olhos cheios de lágrima diz: Você vai voltar? Voltar pra mim? Você vai ficar sempre comigo?

O negro diz: Claro que vou, sempre estaremos juntos.

Então se abraçaram e nesse momento Maicol os achou parecido com algum simbolo que já viu alguma vez.

Os dois se olharam, e se beijaram.
Maicol sorriu, com um olhar maligno em seu rosto. Saiu escondido para que ninguém percebesse.

No outro dia na escola todos se afastavam dos dois amantes, como se eles fossem algo nojento.
No final da aula, ao sairem da escola, mais precisamente, quase em frente ao parque de sempre, foram espancados pelos colegas de turma, que até o dia anterior eram seus amigos, mas não conseguiram compreender algo como o AMOR em uma de suas várias formas.

Os dois não entenderam de primeira, mas após a dor diminuir um pouco, já haviam percebido o motivo, só não sabia como descobriram.

O moreno olhou no fundo dos olhos do outro e disse: Eu vou embora amanhã de manhã, minha mãe ja acertou tudo com a escola. Aqui está um envelope com meu endereço, mande-me cartas para dizer como está.

O branco quase em pranto disse: Obrigado pelo endereço, por favor se cuida, eu te AMO.

Nesse momento o moreno levantou e foi embora, deixando somente o branco, sangrando e chorando. A dor que o branco sentia dos golpes ia acabar, mas a que sentia no peito pelo golpe que o seu namorado fez, jamais iria terminar.

No outro dia, o branco estava sozinho na aula, tudo como de costume, mas sua alma gêmea não estava lá, estava só. Ninguém mais queria sua amizade. Só uma garotinha de aparelhos que pelo que parecia nem sabia o que estava acontecendo.


6 meses se passam.

O moreno está parado em frente a um poste, olhando as horas em seu relógio de pulso.
Após alguns minutos, uma garota chega, muito linda e de pele clara.
Os dois saem de mão dadas, e após alguns passos se beijam, um beijo forte e quente.

O branco está na mesma cidade de sempre, em casa, sozinho, olhando para cima deitado em sua cama e pensa: Tudo muda, tudo passa, tudo se esquece...
Sorri. Sai de casa, vai para uma boate gay, onde fica com quatro garotos em uma só noite.
Ao sair, os colegas de sua turma o pegam em uma rua vazia, o espancam até a morte.
Ao cair morto, sua calça se rasga, e dela sai uma foto. Uma foto do branco com o moreno, abraçados, o branco com um sorriso inigualável e os olhos com uma alegria sem fim.

O moreno chega em casa depois de sair com sua nova namorada. Olha a caixa de correios e vê uma carta do seu ex-namorado branco.
Abre a carta, e lê:
Oi. desculpa mais uma vez a minha carta não ser do formato padrão, mas você sabe, nunca aprendi isso na aula. O que importa para mim não é o formato da carta e sim o que há escrito. Queria muito saber como você está. Minha vida está ótima, já te esqueci, só não sei porque não paro de lembrar disso. Ai Shiteiru.
P.S: Ai Shiteiru significa: até algum dia. Palavra japonesa que aprendi com uma garota da sala, não precisa olhar o que ela significa.
P.S2: Por favor, não perca tempo olhando o que significa Ai Shiteiru.
P.S3: Essa será a ultima que mandarei mesmo, desculpa ter mentido nas ultimas 3.

O moreno rasga a carta, pega no bolso e diz: Droga, perdi minha carteira.

A nova namorada do moreno chega em casa, abre a carteira do moreno que havia pego escondida e pensa: Agora vou saber quem é esse menino que você tanto troca meu nome.

Quando abre a carteira, encontra vários pedaços de papel picado, parecia ter várias palavras escritas. Em meio ao pedaços, um rosto em foto. O rosto do menino branco. Aquele que não existia mais. Que morreu com uma dor tremende e um amor enorme.

Um Amor que o mundo impediu que ocorresse.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

A DESPEDIDA ETERNA



Em um quarto muito colorido, dormia Celina, mas essa, acorda calmamente, e ao despertar real do sono, olha para o calendário, que marca hoje como DIA 14.
Celina levanta rapidamente e nervosa pensa: Hoje é o dia em que Marcus vai embora...Já decidi que não ia fazer nada mesmo, porque me importo tanto com ele? Volta a vista para o teto, e desce para sua mão, olha as linhas enorme que possui nela, e imediatamente levanta e abre a porta de seu quarto. Olha para o quarto em frente, um quarta vazio, possui somente uma cama e guarda-roupas abertos vazios.
- Marcus se foi.

Celina levanta, e ao olhar a janela, percebe que Marcus está entrando em um carro.

- Ele ainda não foi, eu posso impedí-lo.

Celina corre, para em direção da porta da casa, mas o local que o carro está é o oposto da porta. Então resolve pular a janela. Deveria? Uma garota como eu, educada com os melhores modos pular a janela de casa?
Celina corre e pula sem pensar em mais nada, há não ser Marcus. Do outro lado corre em direção ao carro, mas escorrega em uma poça de lama.
Seu vestido mais querido, de seda, estragado, Marcus valia tudo isso? Celina começa a lembrar de 3 anos antes, quando ia tropeçar em uma poça.
Uma Celina criança corria ao redor da casa, com um garoto ao seu lado, ao se desequilibrar e começar a cair, o menino se joga para cair na lama primeiro e a pega em seus braços, para proteger Celina.
Celina volta ao presente, e ao ver seu vestido sujo de lama pensa: Marcus, se você estivesse comigo... E agora está indo embora para sempre!
Celina corre, corre o mais rápido que pode e ao chegar na curva para onde está o carro se choca contra uma árvore, e seu vestido mais querido se rasga.
- Ah não... pai, O vestido que você deu antes de morrer.

Celina começa a se lembrar do enterro de seu pai.

Uma Celina 2 anos mais jovem está chorando sentada em uma cadeira, com um urso ao chão.
Um jovem se aproxima e diz: - Que vestido lindo. Um vestido vermelho, com pedras de rubis, uma combinação perfeito de vermelho com vermelho e ainda por cima, de seda e tão bem feito, e posto em um corpo tão lindo. Você está maravilhosa Celina.
Celina o olha e chorando diz: - Obrigada
O rapaz se aproxima limpa sua lágrima e diz: - Não chore minha menina, se não, eu serei infeliz.
Sei que é uma dor muito grande perder o pai, mas estarei sempre com você.
O rapaz guarda alguma das lagrimas de Celina em um vidrinho transparente.

Celina volta a si, e pensa: - Não vou deixar Marcus ir embora desse jeito, ele não pode me deixar. E com isso corre, ao chegar lá, vê que o carro não partiu.
- Marcus, Marcus...
Um rapaz moreno, com os olhos claros e muito chamativos sai do carro e diz: - O que foi Celina?
- Por favor, não vá, preciso de você aqui.
Celina olha para o chão, e ao voltar a visão para Marcus, ele já não está lá, mas sim seu pai.
- Pai? Cadê Marcus... Pai?
- Minha filha, não o deixe ir embora, só você pode fazer ele mudar de idéia.
- Mas como pai? Onde ele está?
Ao piscar os olhos, Celina vê que seu pai sumiu, e o carro também.
Celina entra em desespero e começa a chorar.

De repente acorda, e vê que está em sua cama. Marcus ainda está comigo, pensa ela.
Suspira de alívio. Olha para o calendário, marca DIA 14. Olha desesperadamente para o quarto a frente, vê tudo vazio, somente uma caixa preta está em cima da cama.
Corre para tentar ver o carro, mas ele não está mais alí.

Marcus se foi.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

CONSCIÊNCIA É A SOLUÇÃO


Semana passada enquanto eu esperava o ônibus na parada, meu vizinho com sua irmã que ia para o colégio e que também esperava o ônibus, riscava seu livro didático com desenhos e letras artísticas que resultavam em seu nome. Ao ver aquela cena, chamei sua atenção e falei que aquilo era errado. Disse que aquele livro não era só dele e por ser da escola nos próximos anos serviriam para outros alunos. Ele, no mesmo instante, parou de riscá-lo, não sei se pelo fato de ter tomado consciência daquilo ou se, provavelmente, por vergonha da irmã. E talvez até chegue a fazer aquilo novamente.
Enfim, o que queria dizer é que esse fato está relacionado com minha realidade, pois ultimamente estou mais consciente nesse sentido e creio que, no mundo que estamos hoje, pequenas coisas, fazem sim toda a diferença.
Não custa nada ajudar uma senhora a atravessar a rua. Dá, de vez em quando, umas moedinhas, que muitas vezes não nos fazem falta, a alguém que as pede e que sentimos nessa pessoa realmente necessidade de está fazendo aquilo. Não estou querendo que por fazer essas coisas eu seja perfeito e nem que quem leia isso vá se tornar fazendo-as. Estou apenas tentando conscientizar-te que estamos a cada dia, por vários motivos, perdendo nossa humanização, deixando assim de nos preocuparmos com os outros. E isso não é bom.
Isso me lembra outra situação, que inclusive é perguntado numa enquete desse blog. Num programa de televisão uma câmera escondida filmava um vendedor ambulante (ator) que oferecia casacos bem mais baratos que o normal. O baixo preço chamou a atenção de muitos, pois além de gritar, também tinha também ele escrito numa cartolina pregada na barraca. Quando alguém vinha lhe comprar, ele dizia que aqueles haviam sido tirados de uma doação que fora feita a uma instituição de caridade. Foram poucas as pessoas que acharam aquilo errado e algumas chegaram até a falar isso, saindo sem comprar. Mas a maioria comprara. Mais a frente um repórter, propositalmente, as perguntavam: “Você sabendo, compraria algo que foi doado a uma instituição de caridade?” e quase todas com uma sacola na mão e dentro dela os casacos que acabara de compra disseram: ”Não’, “Nunca”, “Isso é errado”.
O que quero dizer é isso, claro que o programa de TV não vendeu realmente peças doadas, a intenção era realmente essa de testar a consciência dos paulistanos. Pena que a maioria foi reprovada! Mas isso não ocorre só em São Paulo, é no Brasil, no mundo todo...
Querer tirar vantagens sobre os outros, ter preconceitos, não querer e nem se dispor a ajudar o próximo, ser egoísta, entre outras coisas a falta de consciência das pessoas. Tudo isso, tem certa responsabilidade pelo mundo que temos hoje. Somos nós quem o construímos. Reverter isso em coisas boas, ou seja, ter um pouco mais de consciência é o primeiro passo para o mundo melhorar e isso cada um de nós pode fazer. Isso também é Responsabilidade Social. Pense nisso! Olhe a sua volta e perceba se você está sendo consciente, pois sinta-se também responsável pela sociedade que temos e saiba que pequenas coisas, como já disse, fazem sim a diferença

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O AUTOR EM CLOSE


              

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

PROSTITUIÇÃO PELO VÍCIO



Mulheres trocam suas noites de sono para trabalharem nas ruas se prostituindo, assim mantendo seus vícios com as drogas. Essa é a realidade de muitas, também, aqui em Fortaleza.



Ambulantes nas calçadas, trabalhadores descansando nos bancos, pessoas caminhando e se cruzando em meio a praça, e um pouco mais a frente, estacionada uma viatura do Ronda do Quarteirão. Essa é a configuração do Passeio Público de Fortaleza, no período matutino, que à noite se converte em um cenário desértico, sem segurança, com alto consumo de drogas e prostituição. Local onde trabalha Michele de 23 anos, com uma saia jeans e um top vermelho, fumando ‘crack’ na esquina. Enquanto espera um cliente, conversa com uma colega de trabalho. Ao ser indagada se conseguia fazer o programa sob o efeito da droga, disse: “É até melhor, assim não me lembro do que fiz.” Ela comenta que nunca pensou em se prostituir, só entrou na profissão para sustentar seu vício, pois seus pais já não davam mais dinheiro quando souberam que a filha era usuária, e concluiu que se eles soubessem a colocaria para fora de casa. Além de consumir ‘crack’, ela diz ser usuária de maconha e cocaína. Ao fazer o programa drogada, raramente volta para casa, prefere ir para casa de alguma amiga a ouvir reclamações de seus pais. Michele fala que começou a usar drogas como todos da turma dela: “Resolvemos experimentar só pra saber como era, daí começamos a usar cada vez mais, agora não consigo largar”. Jaqueline, conhecida por Rayna, também se prostitui no Passeio Público para sustentar os dois filhos que ficam em casa com sua mãe enquanto ela trabalha. O dinheiro que ela irá trazer para casa no dia seguinte não será somente usado no sustento da casa, mas também para manter seu vício. “Se não fossem as drogas, dava para gente sobreviver só com o dinheiro que minha mãe recebe da aposentadoria, ela sabe que faço isso, mas não diz nada”. Ainda afirma que o vício é antigo, “Faz tanto tempo que uso que nem sei quando comecei”.
Diferente de Jaqueline e Michele, Maria Joana, a "Paula Scarlet" seu nome de "guerreira" como ela diz, da Avenida José Bastos, já tentou várias vezes parar de usar drogas. Maria é usuária de ‘crack’ e cocaína há 15 anos. Foi retirada da escola pela mãe para vender balas no sinal, abusada sexualmente aos nove anos de idade começou a se prostituir. Achou na prostituição uma maneira mais fácil de ganhar dinheiro. Foi nessa época que Maria se tornou usuária. “Usava drogas pra poder me prostituir, não conseguia ir pra cama sem me drogar”. Hoje, com 24 anos diz que não sabe quando vai sair “dessa vida”, na qual se arrepende de ter entrado. Várias vezes tentou mudar de vida, mas não conseguiu. Ela ainda afirma que há clientes que pedem para que ela, durante a relação sexual, use drogas com eles. “O sexo fica melhor, consigo até sentir prazer”. O uso de algumas drogas altera o estado normal das pessoas, provocando alucinações, excitações e uma grande euforia.
A relação entre prostituição e drogas não vem de hoje. É certo dizer que muitas pessoas entram nas drogas através da prostituição, mas será que é possível considerarmos que existam pessoas que entram na prostituição para manterem as drogas? A resposta é sim, segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Direito da USP. A pesquisa relata que mulheres usuárias de drogas entram na prostituição para sustentar o vício. As causas desse ingresso são: o ambiente familiar desestruturado, a vida escolar interrompida, privação sócio-econômica, abuso sexual ou físico enquanto criança, “sem-teto” e envolvimento com o crime como fatores de risco comuns para essa relação. A prostituição não é, nesse caso, uma escolha, e sim uma saída mais segura do que o roubo para manter o vício.
O abuso das drogas acarreta outros problemas de saúde, pois o descontrole implica em descuido, como o uso de camisinha potencializando o risco de gravidez indesejada e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST`s). Algumas “profissionais do sexo” chegam a trabalhar dia e noite para manter-se sob efeito das drogas. No entanto, a maior parte das mulheres que se prostituem não tem objetivo de adquirir drogas, mas se sustentar
Em relação à recuperação, não é apenas necessário a abstinência das drogas, mas sim, também, a da prostituição. A literatura dos Narcóticos Anônimos (N.A) sugere que o recuperando mude de comportamento e hábitos, evitando pessoas e locais que antes freqüentava. Porém a continuação desse tratamento não é possível sem a reinserção social do paciente, mas para isso é preciso que haja uma parceria entre Órgãos Governamentais, ONGs e Centros de Tratamentos.

Rogério Maia e Luanna Andrade

segunda-feira, 9 de março de 2009

Teste de Marcadores..

Nesta postagem nenhum marcador é válido, apenas serve como ferramenta para a ramificação que está sendo trabalhada pelo autor/editor deste blog, onde está sendo modificando (para melhor) toda a estrutura desse meio de comunicação.
Desculpe pelo transtorno e obrigado pelo carinho de todos!

Rogério Maia

Teste de Marcadores

Nesta postagem nenhum marcador é válido, apenas serve como ferramenta para a ramificação que está sendo trabalhada pelo autor/editor deste blog, onde está sendo modificando (para melhor) toda a estrutura desse meio de comunicação.
Desculpe pelo transtorno e obrigado pelo carinho de todos!

Rogério Maia